O mercado de tecnologia móvel e os extremos da engenharia chinesa
A nova referência em brilho e design da Huawei
A indústria de smartphones continua a apresentar inovações impressionantes vindas da China, com a Huawei liderando o recente ciclo de lançamentos através da sua série Mate 80. O destaque indiscutível fica por conta do modelo Mate 80 Pro Max, que chega ao mercado com uma promessa audaciosa: possuir a tela mais brilhante do mundo. A empresa equipou o dispositivo com um painel OLED de camada dupla capaz de atingir picos de luminosidade de 8.000 nits. Para colocar em perspectiva, esse número supera consideravelmente os 7.000 nits do Realme GT 8 Pro e deixa para trás os 3.300 nits do Pixel 10 Pro. É importante frisar, no entanto, que esses valores de pico representam condições específicas e não o brilho constante durante o uso diário, mas indicam uma visibilidade excepcional em ambientes externos ensolarados, além de um contraste de alta qualidade.
Seguindo uma tendência visual que tem dominado o setor, toda a linha Mate 80 adotou telas planas e laterais retas, abandonando as curvas que por muito tempo foram sinônimo de aparelhos premium. O design traseiro chama a atenção por um círculo proeminente que destaca as bobinas de carregamento sem fio, integrando-se ao módulo de câmera redondo para formar uma figura que remete ao número oito. Internamente, os aparelhos são impulsionados pelos processadores proprietários Kirin, com o modelo Ultimate Design oferecendo até 20 GB de RAM, embora compartilhe a maior parte das especificações com o Pro Max. Curiosamente, a Huawei não entrou na corrida desenfreada por baterias gigantes neste modelo, limitando-se a 6.000 mAh, mas compensa com um conjunto fotográfico avançado que inclui lentes periscópicas duplas e suporte para kits de extensão de teleobjetiva.
A evolução dos dobráveis e o ecossistema expandido
Juntamente com a linha principal, foi anunciado o Mate X7, a nova aposta da marca para rivalizar com a linha Galaxy Z Fold. A grande evolução aqui reside na durabilidade, com o aparelho ostentando classificações IP58 e IP59 de proteção contra poeira e água, aproximando-se da resistência vista no Pixel 10 Pro Fold. Além da robustez, o dobrável recebeu melhorias no chipset, nas câmeras e uma bateria de 5.600 mAh, alimentando telas maiores que as da geração anterior. Esse lançamento massivo da Huawei, que por enquanto se restringe ao mercado chinês com possibilidade de expansão internacional limitada, veio acompanhado de uma renovação completa no portfólio de smartwatches, tablets e laptops.
Um contraponto de força bruta e autonomia extrema
Enquanto a Huawei foca em refinar a experiência premium e a qualidade de tela, outra fabricante chinesa, a Blackview, segue um caminho diametralmente oposto com o modelo BV 9300, priorizando a robustez extrema e uma autonomia de bateria que beira o absurdo. Diferente da elegância fina dos topos de linha, este aparelho é um verdadeiro “tanque” de guerra, pesando 520 gramas e com uma espessura de 22,8 mm. Essas dimensões justificam-se pela bateria colossal de 15.080 mAh (LiPo), projetada para manter o dispositivo longe da tomada por dias, algo essencial para o público-alvo que trabalha em condições adversas ou pratica esportes radicais.
A construção do BV 9300 é voltada para a sobrevivência, contando com resistência à água e proteção Gorilla Glass 5 em sua tela IPS LCD de 6,7 polegadas. O display, embora não tenha o brilho recordista da concorrência, oferece uma resolução Full HD+ (1080 x 2388 pixels) e uma taxa de atualização fluida de 120 Hz, garantindo uma boa experiência de visualização com densidade de 391 ppi. O sistema operacional escolhido é o Android 12, rodando sob a interface Doke OS 3.1, que traz funcionalidades adaptadas para o hardware robusto.
Especificações técnicas e conectividade do “tanque”
Sob o capô blindado, o Blackview BV 9300 entrega um desempenho intermediário sólido, equipado com o chipset MediaTek Helio G99. O processador octa-core combina dois núcleos Cortex-A76 de 2.2 GHz para tarefas pesadas e seis Cortex-A55 de 2.0 GHz para eficiência energética, trabalhando em conjunto com 12 GB de memória RAM e uma GPU Mali-G57 MC2. O armazenamento interno é generoso, com 256 GB disponíveis e possibilidade de expansão via slot híbrido para cartões MicroSDXC de até 1 TB. No quesito conectividade, é um aparelho 4G LTE, com suporte a Wi-Fi dual-band, Bluetooth 5.2, NFC para pagamentos por aproximação e Rádio FM, além de manter a porta USB Type-C.
O conjunto de câmeras também não foi negligenciado, apresentando um sensor principal de 50 MP, auxiliado por uma lente de 8 MP e outra de 2 MP, capazes de gravar vídeos em Full HD a 30 fps com estabilização digital. Para selfies, a câmera frontal de 32 MP utiliza um sensor de tamanho razoável para a categoria. Apesar de contar com uma vasta gama de sensores, como acelerômetro, bússola e leitor de impressão digital, a ficha técnica aponta a ausência de giroscópio, um detalhe que pode fazer falta em certas aplicações de navegação ou jogos. O dispositivo exemplifica bem como o mercado asiático consegue atender simultaneamente a quem busca a vanguarda da tecnologia de imagem e a quem precisa, acima de tudo, de um celular indestrutível com bateria interminável.